Soneto Bobo

A Rani de Moraes

Como falar de Rani, uma menina

Tão meiga que decerto não existe,

Que é graciosa mesmo estando triste,

E é dona de uma beleza divina?

Tenho mil Ranis em minha retina:

Uma esmorece, a outra não desiste;

Uma sorri, a outra é sempre triste;

Uma é lúcida, a outra desatina.

Penso, enlouqueço, até me desespero

Em busca de algum verso (como o quero)

Cujo encanto ao de Rani se compare.

Chego, porém, à triste conclusão

De que jamais algum verso ou canção

Terá beleza que se lhe equipare.

Wedmo Mangueira - 14/03/2005