Ele Nunca Saberá...


Diante de tão grave enfermidade
E na iminência clara da dor
Ele me contava sobre seus áureos tempos de mocidade
Onde seus companheiros eram a saúde e o Amor


No desabrochar do mês de setembro
Pelos campos de eucalipto resolvi caminhar
Mas só sabe o que sente uma morena por dentro
As figuras que Botticelli deixou de pintar


Naquela grama docemente me deitei
Eu não choro mas um soneto ali derramei
Que sentimento é esse capaz até de curar...


Como Simonetta ao lado dele sepultarei minha inocência 
Mas, se perguntada sobre o Amor responderei com Ciência 
Ele nunca saberá...
Raquel Cinderela as Avessas
Enviado por Raquel Cinderela as Avessas em 05/09/2020
Código do texto: T7055504
Classificação de conteúdo: seguro