Dúvida

Aos afagos das tuas mãos sedosas

Fiquei inebriado e sem pudor,

Almejando ter mais do teu amor,

Nas volúpias das línguas sequiosas.

Línguas que se prenderam feito rosas

Em um buquê charmoso de um fautor:

Era eu o teu amado e teu feitor

Nas madrugadas tão silenciosas.

Tu foste a flor aberta na penumbra,

A flor que até o presente se vislumbra,

Por tamanha e ditosa aspiração.

Mas o trem te levou para a outra ponta...

Enquanto o frenesi tomou-me conta

E eu pergunto se isso é imaginação.

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 08/09/2020
Código do texto: T7057754
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