Vozes

Escuto ainda na tarde derradeira,

Os dobres d'outrora quando emsombrece...

Vão os dobres serenos como freiras

A orar no claustro suas etéreas preces.

Vai a vida nos flóreos bosques pranteando,

Nos altares de rosas a fragrância...

Essas vozes do passado cantando,

Sacras as melodias de minha infância.

Escuto-lhes ainda nas áureas telas,

Nostálgicas vozes, plangentes, belas...

- Vão os sinos serenos como freiras...

Ai, na clausura do alto campanário,

Da minha infância, os dobres funerários

Cantarem até na hora derradeira.

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 17/09/2020
Código do texto: T7065535
Classificação de conteúdo: seguro