Primavera

A mocidade inquieta, um pensamento
Aponta, ao norte, o sonho de ventura.
Sentindo eterna a vida, em tal momento,
Inteira, então, se lança na procura.

Indômita, ao partir, seguindo o vento.
Da vida, adivinhada a essência pura.
Cabeça erguida, segue em movimento,
No instinto, que sugere uma aventura.

No florescer da idade, em largo espanto,
A intrepidez de amar intensamente
Espalha luz e cor em cada canto.

Em êxtase, caminha a juventude.
Um tom de primavera permanente,
Na vida intensa em sua plenitude.

Honrosa interação do grande sonetista e amigo Xará Fernando Cunha Lima.
 
PRIMAVERA
Tanto colorido que se espalha,
Pintado no vazio da natura,
É verde, é sol, é flor, é estrutura,
Na paleta antiga cor de palha.  
 
A vida no seu sonho se atrapalha,
Presa em noutra estação de agrura,
Nesta imagem de visão mais pura,
Onde pinta lindamente sua malha.  
 
Cores em um quadro o dia tece,
O sonho amarelo agradece,
É este o mundo que já se espera.
 
 Seus odores penetram nas narinas,
 Complementos das cores das campinas,
 É a vida em plena primavera.


Comentário absolutamente poética da magnífica poetisa Esther Lessa que me atrevi a transcrever em formato de versos:

"Nada  mais intrépido, mais aventureiro,
mais cheio de sonhos, mais desejoso de ventura,
mais repleto de espanto
e mais extasiado,
mais pronto a seguir o Vento,
mais pronto a se lançar em  buscas,
nada mais do que a JUVENTUDE,
que tem em si, todas  as doçuras
e cores e aromas e esperanças e encantos
e,  por fim, tem também
a precariedade de sua "eternidade"
como a PRIMAVERA! "
 
Fernando Antônio Belino
Enviado por Fernando Antônio Belino em 28/09/2020
Reeditado em 04/10/2020
Código do texto: T7074244
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