SOLAVANCOS DA VIDA
O vento açoita a copa das mangueiras,
Na tarde de primavera aqui nas minhas roças,
Onde o tempo passa tão veloz como carroças
Nos solavancos da vida em horas tão verdadeiras.
Nuvens brancas vagueiam pelo espaço infinito,
Como macios e sedosos flocos de puro algodão
Que tinge de branco os campos na safra do Sertão,
Onde camponeses exercem seu trabalho bendito.
O cheiro agradável que vem dos cajus diversos,
Embriaga-me de doída saudade de outrora,
Quando a vida era feliz... Um tempo quase perfeito!
Escutando o canto dos pássaros componho versos
Que meu coração em prantos dita nessa hora,
Na tentativa vã de amainar a dor no meu peito!