No silêncio frio da madrugada
Pálida como a cor d'alva na rua,
Sob o lírio sagrado que floresce;
Merencória vagueias essa lua
Pelos ermos prados quando anoitece.
Nas brumas, ó lua, musselinosa
Como um fantasma pelo céu se move...
Silente pela estrada tão umbrosa,
Lua que em sonhares tantos m'envolve.
Novamente ouvirás o meu lamento,
No silêncio frio da madrugada
Onde cantas a angústia e o sofrimento.
Tens algo que esta minh'alma fascina,
Ao veres, tu partir, assim calada,
Envolta pela mística neblina.