Noite de Iauaretê
O palco celeste abriu sua cortina
Nuvens afastaram-se lentamente
Levantaram voo as aves de rapina
Tremeu e fugiu o bicho mais valente
Lua cheia subindo rumo ao apogeu
Romperam relâmpagos e num raio
Do céu, de repente, do nada apareceu
Felina imagem olhando de soslaio
Atenta e matreira como é sua natureza
Silente vigilante aos sons da madrugada
Olfato sente a chegada da próxima presa
Rápido bote, lambe a boca ensanguentada
Some satisfeita, deixa ao rastro, a realeza
De Iauaretê, misteriosa onça-pintada