A morte de uma musa

Eu não quero mais o meu amor em ti

E por toda a minha vida, não quero

Que o canto onde, por dor, me derreti

Seja outra vez o leito de meu Homero.

Os demônios com quais competi

São todos partes de um ser sincero

Angustias que tomei e repeti

No fim do dia resultam em zero.

Que esse seu cheiro desfaça-se em mim

Carregando-a para onde eu não a vejo

Aliviando de uma vez meu rim

E esse amor injusto do qual protejo

Sem dores ou beijos chega ao fim

Renascendo-me morto num lampejo.

Isaque Matheus
Enviado por Isaque Matheus em 08/10/2020
Código do texto: T7082988
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