FUGA E ESCONDERIJO

Que seja fuga, sonho ou ilusão meninos,

ou covardia até, talvez, então que seja;

porém, não quero mais, jamais, os cravos finos

me atando, ardendo à cruz do altar, na falsa igreja.

Que eu fuja, sim, que nade em rios cristalinos

dessa ilusão, morada airosa, benfazeja,

a salvo do furor de líderes ferinos

e do temor que o algoz, com látegos, maneja.

Eu quero amor, amor de sonho, só, apenas,

por toda a fuga, o bem, feliz, o regozijo

a desenhar, no céu de paz, feições serenas.

Adejam anjos, ar avante, a dorso rijo,

chovendo, em gotas, sol nos rios, cantilenas...

Ah... Mesmo sonho, amor te quero esconderijo.