QUERER BEM

Maldito verbo esporrento

Correu à frente a tolher

Causa do amor desatento

Sem vala, restou esquecer.

Sempre ao prumo da oração

Medindo passos – ramo de era

Ao colo meu, senhor pratalhão

À crista inube sem primavera.

Notei sua barba ralinha

Abri o armário de espelho

Em posse de lâmina minha.

Não soubera feri-lo; assim, menti

Abdicando em favor da pureza anã

Enquanto meu peito, eu só, abati.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 25/10/2007
Reeditado em 24/04/2008
Código do texto: T709783
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.