Tens o palor das auroras...

Tens o palor das auroras, alvuras

Castas das pétalas que o vento beija...

Teu olhar negro como as sepulturas,

Onde entre as sombras a morte ali andeja.

És bela, tu, serena e merencória,

Que vagar-me fazes enternecido...

Nos bosques redolentes da memória

Colhendo os goivos dos meus tempos idos.

Ao luar, ficaste, no alvor dos círios

Que distantes ouviram meus martírios...

- Quando descambas negra nessa rua...

Ó noute dos tristes e amargurados,

Que envolves em teu véu os flóreos prados,

Negra és a morte como a face tua!

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 30/10/2020
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