RÓTULO DOLENTE

Pecha das minhas tristezas inexplicáveis,

Trilho estradas do meu passado atroz,

Colho os frutos de pomares abomináveis,

Perfídia existêncial, silenciou-me a voz.

Minhas pocemas orbitais não fizeram eco,

Ao pertinaz kosmos que não pára de girar,

De onde originei-me, irei; sou um babeco,

Do esquema cósmico, não quero me ovildar!

Se sou estrela triste, porque assim escolhi,

Para neste infinito refulgente querer orbitar,

Em outros planetas em evolução eu já vivi.

Mas neste mundo atual eu quero planejar,

Momentos felizes aos que tantos já sofri,

Para em outra vida, um corpo novo, apraziar.