Chagas entreabertas

Declaro em minhas poesias sempre hertas.

Que trago na alma duas fendas infinitas.

Por onde verto-me em lágrimas malditas.

E sangro como chagas vivas entreabertas.

 

Em vão eu tento então mantê-las encobertas

Mas a sangria nutre os meus já tão famintos

Morcegos internos que só seguem seus instintos

De alimentarem-se das tais feridas descobertas.

 

E quanto mais esses morcegos se divertem

Com o fresco sangue que dessas chagas vertem

Mais eles rondam minha alma sempre alertas.

 

E eu, que me vejo já sem forças para afastá-los,

Não venho aqui das tristes chagas acusá-los.

Pois quando sangram mente e alma jás libertas.

 

 

Adriribeiro/@adri.poesias

 

 

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 06/11/2020
Reeditado em 09/11/2022
Código do texto: T7105694
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