E era tu, ó noite companheira...

E era tu, ó noite companheira,

Que solitário viste-me lembrando...

Da lua que vinhas lisonjeira,

Nos tempos que sonhavas caminhando.

Eras tu, serena, que me ferias,

A plangeres os dobres nas alturas...

Dos sonhos pulcros o lírio se abrias

No peito macerado de amarguras.

Noite bela, ó noite erma e majestosa,

Trilhando tredos trilhos tenebrosos

Ecoas só tua lira tristurosa.

Ai, recordas-me teu dobre a plangeres,

O lamento dos sinos tristurosos

Na solidão de outros anoiteceres.

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 09/11/2020
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