E era tu, ó noite companheira...
E era tu, ó noite companheira,
Que solitário viste-me lembrando...
Da lua que vinhas lisonjeira,
Nos tempos que sonhavas caminhando.
Eras tu, serena, que me ferias,
A plangeres os dobres nas alturas...
Dos sonhos pulcros o lírio se abrias
No peito macerado de amarguras.
Noite bela, ó noite erma e majestosa,
Trilhando tredos trilhos tenebrosos
Ecoas só tua lira tristurosa.
Ai, recordas-me teu dobre a plangeres,
O lamento dos sinos tristurosos
Na solidão de outros anoiteceres.