NEGRA
(do meu livro "Rosas Do Vento", 1987)
Negra, não quero encontrar no teu corpo
marcas de uma vida dada à vulgaridade
mas sim, o calor puro de mulher ardente
um ninho, onde exista amor de verdade.
Quero tua juventude fundindo-se com a minha
no instante em que o desejo supera a razão
em teus braços, ser novamente um menino
e aprendiz de amante, fartar-me dessa paixão
É teu corpo, qual fragrante fruta
de carne macia - e adocicado sabor
feito sob medida para o mais sublime amor
Lindo, vai ser o contraste do nosso idílio
quando minha tez clara envolta à tua tez escura
consagrar essa paz infinita - essa rara ternura.