CORPO ESTRANHO

Minha alma amortalhada se avoluma,

Movimento de sombras esquecidas

Em meus olhos, coágulos e escuma

Boiando solidões, lembranças, idas.

Na dor fadada tanto se acostuma

Com cada perda, lutas desistidas

No tempo resumindo nada, em suma...

Corrimento doente das feridas.

No corpo velho pêndula resiste,

Vaga luz à penumbra decomposta

Da vida seca - quase nem existe.

Insiste mover ossos, nervos , passos

A carne podre, o cheiro que antecede

O fim que todo dia se sucede

Renan Ivanildo
Enviado por Renan Ivanildo em 12/11/2020
Reeditado em 21/06/2021
Código do texto: T7109907
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