Última Mácula

Quando a tua última Mácula doer

E sentires à languidez da Dor

Quando o Verme nefasto te roer

Lembre-te, na tumba fria, do meu amor.

Eu estava, no teu Fim, dando-te Flor

Mas, gélida e na cova, nada vê,

Como uma carcaça erma e sem vigor.

- Afastes-te para aí eu também caber...

Tudo é findo, doloroso e tristonho...

Ao despertares do sofrido Sonho,

Dar-te-ão às Chaves p'ra escancarar teus Selos...

No meu mausoléu - minha vil alcova

A angústia continua e se renova

A vida - inexorável Pesadelo...

Cardoso de Figueiredo
Enviado por Cardoso de Figueiredo em 28/11/2020
Código do texto: T7122648
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