O anão de Sark

Na ilha de Sark vivia um certo anão –

Como chegou lá, ninguém podia explicar.

Sua sanidade há muito veio a declinar

Devido a seus longos anos em reclusão.

Pela Lua nutrira estranha paixão;

Sentava-se numa escarpa, em frente ao mar,

E com seu reflexo ficava a conversar

Até nascer o dia, envolto em solidão.

Ansioso por ver seu romance consumado,

Sem mais delongas n’água um dia saltou:

Em paga deste seu ato tão impensado,

Em meio à imensidão marinha se afogou.

Por uma baleia seu corpo foi achado,

E sob os corais gentilmente o enterrou.

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 06/12/2020
Código do texto: T7128865
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