Lágrimas de Prata

Lágrimas de prata

Senhor! Escutas meu grito profundo!

Q'eu me banho na tua Chuva chorada

Faz-me uma arca, para flutuar no mundo

Entre rios e lágrimas de prata...

Se me perco na dor da madrugada

E se, nesse instante, o vil é fecundo,

Se ele dominar-me -- o que não te agradas --

Em choros, prantos, berros... eu me inundo...

Eu sou, Senhor, um pobre sofredor

Um párea, e pecanimoso ator

De um Auto encenado no Universo...

Sou apenas matéria sem Deus -- o Eterno --

Preso nas grades do mundo -- vil inferno --

Buscando a Forma do Ser em meio aos versos...

Cardoso de Figueiredo
Enviado por Cardoso de Figueiredo em 07/12/2020
Código do texto: T7129887
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