Penúltimo soneto

A noite se aproxima a cada dia

E a noite desvela um estranho manto

Que produz em nós um tipo de pranto

Manifesto em singular agonia

Os tempos são do penúltimo canto

E o ar está cheio de certa anomia

Há lugar para uma nova utopia

O que haverá depois, será espanto

Aqueles que no silêncio habitam

Constroem de cada canto, vergonha

Até que um dia, solenes, gritam

Olharam retos a coisa medonha,

E para ela com vigor atentam,

Sem ver que lhes injetava peçonha

R R Vieira
Enviado por R R Vieira em 10/12/2020
Reeditado em 10/12/2020
Código do texto: T7131994
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