NO SILÊNCIO DAS CACIMBAS
No silêncio das cacimbas do sertão,
O olhar sério e silente do viril sertanejo,
Sem vir a chuva benéfica, seu maior desejo,
Para cuidar do gado e cultivar ali sua plantação.
Cacimbas de águas turvas, barrentas...
Matando a sede do sertanejo sedento
E dos animais esqueléticos que caem ao relento,
De fome malvada na triste tarde cinzenta...
O mandacaru queimado, paliativo emergente...
O gado sofre a dor da fome e também dos espinhos,
Nas agruras da seca no sertão nordestino...
Riachos secos, leito ressequido, desolação envolvente.
Mesmo triste, o sertanejo cuida com muito carinho,
Do gado, dos seus campos... E segue o seu destino...