TÓRRIDO SERTÃO

Causticante sol do meu tórrido sertão...

Alavancando o forte calor que nos sufoca

Nas horas vespertinas, a fumaça das brocas*

Espalha-se pelo ar sobre a fervura do chão.

Acinzentado o espaço impregnado de fuligem

Mais parece o céu de parques industriais,

Onde ferventes chaminés vomitam sempre mais

A amarga indigestão de gases que nos afligem.

Os olhos do dia lacrimejam qual miragem no deserto,

Aliados ao suor que transpira os sertanejos...

Na iminência corrente do aquecimento global...

Esse calor escaldante, sentimos aqui de perto...

No sertão da minha vida, nada de chuva... E lampejos

Em labaredas ardentes, todo ano é tão normal!

*Brocas = Queimadas.

Edimar Luz
Enviado por Edimar Luz em 18/12/2020
Reeditado em 18/12/2020
Código do texto: T7138658
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