Ruas Merencórias
Por essas ruas de sombras e alvuras,
Onde jazem as flores desfolhadas...
Que deixareis, pesarosas agruras,
Sentidas no livor das madrugadas.
Nessas brumas que vejo nas alturas,
Onde vagas, a lua, tão calada...
Fiz-lhes meus sonhos, erma sepultura,
Co'o brilho das estrelas recamada.
Nessas ruas serenas, merencórias,
Partem nossas almas amortalhadas
Ao cântico das prístinas memórias.
Nessas ruas de cruzes e plangores,
Onde jazem as flores desfolhadas
Que findar-se-ão um dia minhas dores.