SONETO DA PRIMEIRA VEZ
(do meu livro "Lira Casual, 2000)
Traduzir o instante do encontro
como se pudesse traduzir as áureas...
Não se define o contentar das almas
nem com gestos, nem com palavras...
Não vem de longe, mas parte de nós
aquilo que por encontrar ansiamos
e podemos resumir no tato os anos
das nossas conversações sem voz...
Transpassam-nos vibrações, definindo metas
fincando no peito as juras secretas
como invisíveis espadas ou fechas talvez
E a hora da troca é inevitável...
A pele se extasia ao impulso incontrolável
do instante fatal da primeira vez...