Soneto de Ano Velho

 
 Hoje mais cedo ele saiu do necrotério
Chegou quase pronto e bem cuidado
Veio vestindo terno branco engomado
Mas o rosto, cada um tem seu critério.
 
Acendemos velas postas em castiçais
Recolhemos as belas flores nos jardins
Ao lado pomos os gorduchos querubins
E anunciamos as exéquias nos jornais.
 
Noticiamos que logo mais sai o cortejo.
Que seu destino no final é o crematório.
E avisamos que não se trata de velório.
 
Pois o defunto na verdade tem seu pejo.
Esse préstito é mais um rito categórico.
Do último adeus ao triste ano alegórico.
 
Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 31/12/2020
Reeditado em 21/10/2021
Código do texto: T7148859
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.