Soneto de maior engano
 
Neste verão revisitei as minhas dores,
E percebi que muitas delas são quimeras.
Que se renovam no vigor das primaveras.
Pois minh'alma desabrocha com as flores.

Nessa estação sou a exuberante violeta
A bela flor virginiana que em mim floresce.
E ao passar do ciclo, sempre se entristece.
Com o abandono da sua amada borboleta.

Durante dias a ingrata lagarta vai nutrindo.
Alimentando-a com o frescor da verde folha.
Enquanto a vida no seu curso vai seguindo.

E, sendo neutra, a natureza segue um plano.
De não dar à pobre lagarta nenhuma escolha.
E tornar-se borboleta é o seu maior engano.

Adriribeiro/@adri.poesias
Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 04/01/2021
Reeditado em 18/01/2021
Código do texto: T7152022
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