Efígies

Teimosia de luto, calada,
fundamenta somente o vazio…
eu vislumbro o silêncio, nevada,
na pureza da ausência de brio;

Na paisagem que fúnebre canta,
questionando me vejo, confusa,
de quem é a tragédia, a manta,
sobre o corpo debaixo da musa?

Mas por vezes o escuro cintila…
Nada vejo ou escuto, ventila,
o perfume de areia, de morte;

A permuta das almas murmura:
"Condenada no ciclo d'agrura
habitando-se em dores-consorte".

12 de janeiro de 2021



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Conteúdo registrado na Câmara Brasileira do Livro
Sara Melissa de Azevedo
Enviado por Sara Melissa de Azevedo em 12/01/2021
Reeditado em 12/01/2021
Código do texto: T7158058
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