SONETO AO SONO
(do meu livro "Lira Casual, 2000)
Ó sono que das trevas apareces
e cantas teu canto em tom melancólico
e chamas os homens pro teu ritual
e os abatem com teu bocejo lógico
Ide! Ide de mim ó sono errante!
que às plagas do éter me levar desejas
e aos ventos soltar-me quando na aurora
dobrarem os sinos lá na fria igreja...
Teus caminhos são vagos e sombrios
onde os fantasmas da noite passeiam
e fazem com que eu tenha calafrios...
Deixai-me aqui - só com o meu sofrer
que a noite já é finda e o galo canta
que muita coisa tenho por fazer...