A janela da vizinha
“Le rideau de ma voisine
Se soulève lentement.
Elle va, je l’imagine,
Prendre l’air um moment.
On entr’ouvre la fenêtre;
Je sens mon cœur palpiter.
Elle veut savoir peut-être
Si je suis à guetter.
Mais, hélas! Ce n’est qu’un rêve;
Ma voisine aime un lourdaud,
Et c’est le vent qui soulève
Le coin de son rideau.”
(MUSSET)
De leve observo se movimentar
A janela da vizinha logo à frente –
Talvez queira tomar ar momentaneamente
E vai abri-la para a rua contemplar.
Sinto o rosto de pejo se ruborizar,
E meu coração pulsa freneticamente;
É chegado o dia em que, finalmente,
Meu amor ela haverá de reciprocar!
Mas qual o quê… Tudo não passou de ilusão…!
Era o vento tão somente a zurzir
Por todas as janelas de sua mansão…
E querendo às minhas custas o Fado rir,
Fez minha vizinha amar a um paspalhão
E nem se lembrar de que venho a existir!