Essas Mortas Pétalas
Feneceram no peito olorosas,
Essas flores que colhias eu sonhando...
E hoje, a vagares, sigo nas umbrosas,
Pelos campos serenos caminhando.
Fanaram-se as horas silenciosas,
Como sombras n'ocaso desmaiando...
No peito, a murcharem, pulcras rosas
Que o sopro d'agrura foste esfolhando.
Murcheceram lentas na soledade,
Essas flores roxas da saudade,
Pelas margens d'um lago tão sozinho...
Vagando no livor da madrugada,
Essas mortas pétalas pela estrada,
Que enfeitam hoje triste o meu caminho.