Corolário - soneto

Há um vazio nos dias que me fazem confundir

As horas lentas com o tempo que já não percebo.

Esses estágios se agrupam aos sonhos enfeitiçados

Que um dia sonhei somente para horas alegres.

Nesse corolário de afeições que morreram frias

Ficaram encapsuladas e gradeadas no tempo que foi

Um dia o alento febril de uma organização avassalante

Que não condiziam com o esperado em devaneios.

Rastros de mim mesmo eu, os deixo-os caídos para trás

Ficando assim encravados nos desertos dias de incertezas

Enquanto meus pensamentos e desejos fogem ligeiros.

Num ritual que consome todos os sonhos sonhados

E que frutificaram no vazio abstrato do inconsciente

E se desfizeram como corolário, e morrerem juntos aos sulcos.