¡Chitón!

“Dorme, ó anjo de amor! No teu silêncio

O meu peito se afoga de ternura,

E sinto que o porvir não vale um beijo

E o Céu um teu suspiro de ventura!”

(ÁLVARES DE AZEVEDO)

Tão sorrateiramente quanto um vampiro

(Depois de às mancheias subornar sua criada),

Adentro o quarto onde dorme, imperturbada,

Minha Anastasia por quem de amores expiro.

Por um arroubo de coragem me inspiro,

E um terno beijo roubo-lhe à face rosada –

De leve mexe-se na cama perfumada

E de seus lábios escapa um suspiro!

Retiro-me tremendo de pejo, exultante!

Mesmo que colhido a medo, ouvi, enfim,

Suspirar sonhando comigo minha amante…

Cedessem-me um império, simples assim

O negaria, impassível, no mesmo instante:

“De que isto vale? Ela suspirou por mim!”

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 27/01/2021
Código do texto: T7170154
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