Muito além das palavras

Prefiro mil vezes a nenhuma,

Coisa qualquer que se escreva,

Ninguém na vida a quem eu deva,

ou futilidade aleatória, em suma,

Seja então a estrada pedregosa,

O rumo incerto a que me atreva,

a paisagem nova que descreva,

longe da vã mediocridade em prosa.

E tudo será dito assim, com a mente,

Com mais sentidos do que a escrita,

Ao fim, poesia não se lê, se sente.

O poeta não deixa de ser gente,

A vida não é precisa, é preciosa,

E o sentimento é transcendente.