Se quiser, pode apagar-me da memória;
Mas peço que você, de vez em quando,
Se lembre que eu ainda estou morando                                         
Nos registros que contam nossa história.
 
Prometo até não ficar muito aborrecido,
Por não ter sido preferido como amante,
Desde que você me conserve na estante,
Como livro que gostou muito de ter lido.
 
E ao sentir que está lhe faltando poesia,
Será bastante pegar na estante e folhear,
Aquelas páginas que você já leu um dia.
 
Só nesse instante você irá compreender,
Que quem foi muito usurária para amar,
Vai gastar sua vida inteira para esquecer.