Deixo-te meus íntimos sofreres...

Deixo-te meus íntimos sofreres,

Na alvura d'uma folha adormecida;

Pra lembrares, enfim, quando tu leres,

Do poeta que eu fora nesta vida.

Eu lhe deixo numa sombra esquecida,

Sob a cruz dos sonhos meus que enterraste...

O acorde d'uma lira entristecida

Que minh'alma lacrimosa entoaste.

Também deixo-te as pulcras alegrias,

Que me deste um luar enternecido

Numa noite de augustas sinfonias.

Deixa-te sutis entardeceres,

Esses versos na penumbra esquecidos,

Pra lembrares de mim quando tu leres.

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 30/01/2021
Reeditado em 21/02/2021
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