O GRITO





Calou-se o tempo diante da fantasia
De súbito o pranto do olhar transbordou
Do angustiante e infeliz cativeiro se libertou
Venceu o imenso vazio que temia
 
 
Cuidou das feridas que sangravam
Num gesto manifesto sem contradita
aqueceu as entranhas que congelavam
Determinou o fim da tristeza maldita
 
 
Sem piedade quebrou a fria imagem cultuada
e a fez desaparecer num toque de magia
findava mais uma trajetória de covardia
 
 
Do arco lançou a flecha certeira
Gritou ao mundo e fez a sua gente ouvir
que seu coração um dia voltará a sorrir