Pelos páramos sagrados e etéreos...
Pelos páramos sagrados e etéreos,
De negras brumas, fria, reluzindo...
Surgias tu, recamada de mistério,
Como a flor que no lodo vai surgindo.
Nas ruas ermas, pelos cemitérios,
Da morte, a vida, a lira vais ouvindo...
Sob as cores frias d'um céu cinéreo,
Como a flor que na lama foi-se abrindo.
A alma na solidão das madrugadas,
Despetala o lírio dos tempos idos
E lamenta essas rosas desfolhadas.
O peito, silente, na solidão,
Guarda-vos ainda, ó cânticos sentidos,
Das árias tristes do meu coração.