Ave Nocturna

Toe alar a evagação, explua a henose (1) ao ascenso...

Subleve-se na peia diurna que dista

Do eixo do eudemonismo, a ave niilista

Entrebate-se em ilinx, Manfredo (2) intenso.

É ulana, é Trafalgar (3), p'lo sol apenso,

Que esplende em anagogia numa ametista.

Antepõe a angélia em verve petrarquista

Ao que de dial lha obnumbra. Carpe incenso.

Transverbera, na absconsa hora, histerese,

Desnua-se de sofismas, assim ase em

Levez, revoe ecuménica, ondeie, ensede

A "escarpada falésia"(4). Donde advém

Que, ao ablaquear-se do loro e do error, esse

Ser, ideado em Kaled (5), chanta em ninguém.

(1) Plotino

(2) BYRON, Lord George "Manfred: A Dramatic Poem", 1817

(3) Batalha de Trafalgar

(4) CALVINO, Ítalo "Se Numa Noite de Inverno Um Viajante", 1979, tradução de José Colaço Barreiros, editorial Teorema, Lda.

(5) BYRON, Lord George "Lara, A Tale", 1814

Rute Iria
Enviado por Rute Iria em 10/02/2021
Reeditado em 25/07/2022
Código do texto: T7181539
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