GALOS NA MADRUGADA

Galos diversos amiúdam na madrugada,

Empoleirados nos quintais ainda escuros,

Sobre árvores, cercas, jiraus e alguns muros,

Na madrugada sertaneja e estrelada...

Alguns galos cantam mais perto; outros, distante...

E seu canto vai ecoando ao romper da aurora...

Pontual e infalível despertador do sertão naquela hora,

Até o surgimento dos primeiros raios brilhantes.

O alvorecer traz novas esperanças ao nosso povo,

Que vai à luta diária, seja velho, seja novo...

Enquanto os galos ainda cantam nos poleiros...

A beleza matutina envolve toda a paisagem...

Galos e galinhas perfilados no poleiro, bela imagem,

Enquanto o gado muge nos currais ao ver os boiadeiros.

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Bela interação do prezado mestre paraibano, Poeta Dr. FCunha Lima:

Obrigado pela interação, Mestre! Belo soneto.

O povo me carrega, eu grito e falo,

O surdo bate enquanto danço frevo,

Mesmo nas pernas velhas me atrevo,

Até o meu suor correr no ralo.

A rua estreita parece um gargalo,

Tento andar, correr não sei se devo,

Usando a alegria como acervo,

No fim da tarde de cansado eu calo.

Volto pra casa com meu estandarte,

Feito das cores da antiga arte,

É tanto orgulho que me dá regalo.

A multidão também volta pra casa,

Corpo doído com os pés em brasa,

No outro ano vou sair no Galo.

Edimar Luz
Enviado por Edimar Luz em 14/02/2021
Reeditado em 14/02/2021
Código do texto: T7184236
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