Dias Nevoentos
Silente como um velho mausoléu,
Que trazes memórias e sentimentos;
Recordavas-me olhando para o céu,
A beleza dos dias nevoentos.
Sem rumo, sozinha, vagando ao léu,
A lua que já ouviste os meus lamentos...
Seguias prateando os monumentos,
À face lhe cobrindo negro véu.
Porque aqui sonhei e vi-lhes irem cedo,
Na penumbra dum tristonho arvoredo,
Esses dias nevoentos, tão queridos...
E solitário, triste e silente,
Trazias em meu olhar serenamente,
A imagem pulcra dos meus tempos idos.