Ó poetas dos caminhos enluarados...
Ó poetas dos caminhos enluarados,
A noite quando vem silenciosa...
Nos faz lembrar dos tempos já passados,
Acordes d'uma lira lamentosa.
E a alma que busca os páramos sagrados,
Após deixares a cova ascorosa...
Vês que a vida é como os flóreos prados
Onde só, feneceste a pobre rosa.
E tudo vais ao cântico das horas,
Sob o brilho d'um céu esplendoroso
Como as noites que morrem nas auroras.
Se vão os dias, pássaros sem norte,
Voando pelo entardecer silencioso
Com destino aos recônditos da morte.