Soneto para Lígia

Depois, Lígia, que me vejo ausente

desse teu lindo rosto anacarado,

Nem já cuido da roça, nem do gado,

que apascentei na relva alegremente.

Triste, aflito, confuso e descontente

suspiro pelo monte levantado,

Mas a causa cruel do meu cuidado

já, mais um só instante, alívio sente.

Parece que o destino rigoroso

com denegria mão fere, e raivoso

Atiça mais meu mal duro e penoso

em vão lamento a forte duvidosa

pois perdi o prazer, sou desditoso

A vida passou triste, e lagrimosa

Leandro Sarno
Enviado por Leandro Sarno em 01/03/2021
Código do texto: T7195702
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