RASTO DORIDO

Um rasto dorido sufoca a justiça;

odor repulsivo de podre no corte;

silêncio de medo que berra, sem norte,

em breus labirínticos dalma submissa.

Sequer uma nota melódica viça

as ruas, cidade, nem mesmo um recorte

de alguma notícia que seja suporte

à pobre esperança que murcha, mortiça.

As perdas devoram os egos e pares,

na condenação a saudades em riste

pairando no bem de aconchego dos lares.

Em cernes, semblantes, a mácula triste;

nem mesmo um sinal da clemência de altares.

E o atroz coletivo extermínio persiste...