Eu sou


Sou aquela flor triste do galho,
Aos poucos vai ficando amarelada,
Sou a grama molhada de orvalho.
A abelha pela flor nunca beijada.

Sou a tarde melancólica ao morrer.
Aquela folha que o vento não levou,
Sou a lágrima em meu rosto a correr,
E a saudade de quem foi e não voltou.

As vezes sou a esperança perdida,
Os sonhos que se esvai no vão do tempo,
E o primeiro beijo da pessoa querida.

Fico olhando os últimos raios de sol,
As folhas balançando no coqueiro,
Como era lindo aquele belo arrebol.

Ignez Freitas.