Paradoxo da não vontade
Se pela utopia deleitar-se-ia o cerne,
Pelo sopro do inverno a qual motim:
Tal adrenalina ao cérebro discerne,
Mas habitual à língua demuda latim.
- A vós! De ameno o aroma a pairar...
- Se ali, os ventos já quão me seguem -
Falar-me-ia na calmaria do canto e ar
Que no mesmo a quem e advém?
Que, no tronco e o silêncio que precede.
Ao ouviste ao longe, bem de longe a fonte,
Que desagua até mesmo na sua cede,
Que sacia a vontade por cima da ponte.
O silêncio está contigo e não cisma,
Não na vontade, mas no que não precisa.