DESARRANJO
O indivíduo, confusa dualidade,
Na festa da existência, loucamente,
Se lança como ser indiferente
Ao tormento que cerca a humanidade.
Não atenta a comum fugacidade
Do prazer e desejos envolventes,
Que faz com que sejamos diferentes
Daquilo que nos torna uma unidade.
Mas a desordem física do átomo
Me lembra esse fenômeno dramático
Que nos faz finalmente descobrir
Que, depois desse mundo, após a morte,
A vida é um patético suporte
Da qual ninguém devia usufruir.