DESARRANJO

O indivíduo, confusa dualidade,

Na festa da existência, loucamente,

Se lança como ser indiferente

Ao tormento que cerca a humanidade.

Não atenta a comum fugacidade

Do prazer e desejos envolventes,

Que faz com que sejamos diferentes

Daquilo que nos torna uma unidade.

Mas a desordem física do átomo

Me lembra esse fenômeno dramático

Que nos faz finalmente descobrir

Que, depois desse mundo, após a morte,

A vida é um patético suporte

Da qual ninguém devia usufruir.

ANÍSIO LIRA
Enviado por ANÍSIO LIRA em 10/03/2021
Código do texto: T7203805
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