"O CHORO É LIVRE" (SONETO)
"O CHORO É LIVRE" (SONETO)
AUTOR: Paulo Roberto Giesteira
Pelas crianças que morrem de fome neste planeta,
Por pedaço de pão colhem as migalhas da miséria,
Não tem onde morar ou mesmo onde passar férias,
Buracos cavados as lavouras a enxadas e picaretas.
Amarelado a um saco vazio a uma quebrada lambreta,
Triste por não ter nada apenas o que corre nas artérias,
O que levar para casa a cura de uma enfermidade séria,
Dor profunda guardada a um som de uma real corveta.
Daqueles que pouco ou nada se importa e joga letra,
Saudáveis a ter uma vida boa por cima de um perneta,
Marquises das almas penadas a algumas bromélias.
Leite materno a que substitui a intenção da chupeta,
Bocas famintas ou abandonadas a fazer suas caretas,
Quando ouve descasos das reportagens das mais sérias.