O circo

Há um circo mambembe me rondando,

Muitas horas estou dentro, outras fora,

Nunca estive tão dentro como agora

E se me sinto fora, vou entrando. 

Trapezista ou palhaço até quando

Ficar fechada a caixa de Pandora, 

Que não prendeu as dores de outrora 

E ainda meio tonto ando e desando. 

Coração de um palhaço itinerante, 

Tenta encontrar a paz a cada instante

Em ravinas de carma e desencanto.

Percorrendo caminhos adversos, 

Já sem lágrima para fazer versos,

Transforma cada verso em novo pranto