Tormenta que atormenta
A tempestade que me invade o cais seguro
traz vento forte, raio, morte, força incrível
no torvelinho de um "El Niño" imprevisível
varrendo tudo enquanto eu - mudo - te procuro.
Do dia claro e um céu tão raro agora escuro
só ouço o açoite; o vento à noite é o invisível
e frio abraço enquanto eu caço o impossível
na solidão de um coração amargo e impuro...
Não tendo visto antes isto eu não soubera
que ao afastar-me eu dera o alarme já tardio
e te perdi quando eu parti numa quimera...
Ah! Mar de dor, pr'aonde eu for sigo sombrio
porque não mais achei o cais de onde eu viera
e esta tormenta mais aumenta o meu vazio!