Tormenta que atormenta

A tempestade que me invade o cais seguro

traz vento forte, raio, morte, força incrível

no torvelinho de um "El Niño" imprevisível

varrendo tudo enquanto eu - mudo - te procuro.

Do dia claro e um céu tão raro agora escuro

só ouço o açoite; o vento à noite é o invisível

e frio abraço enquanto eu caço o impossível

na solidão de um coração amargo e impuro...

Não tendo visto antes isto eu não soubera

que ao afastar-me eu dera o alarme já tardio

e te perdi quando eu parti numa quimera...

Ah! Mar de dor, pr'aonde eu for sigo sombrio

porque não mais achei o cais de onde eu viera

e esta tormenta mais aumenta o meu vazio!

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 03/11/2007
Código do texto: T721275